Enfermeira é indiciada por homicídio culposo após morte de paciente por transfusão de sangue incompatível em hospital no RS
Hospital Universitário de Santa Maria Divulgação/ Secretaria Estadual de Saúde do RS Uma enfermeira do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) foi ind...

Hospital Universitário de Santa Maria Divulgação/ Secretaria Estadual de Saúde do RS Uma enfermeira do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) foi indiciada por homicídio culposo, com agravante por inobservância de regra técnica da profissão, após a morte de uma paciente que recebeu uma transfusão de sangue incompatível. O caso aconteceu em 7 de agosto deste ano e foi investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Santa Maria. Segundo a Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), a vítima estava internada para tratamento de saúde quando recebeu, por engano, uma transfusão de sangue com tipo sanguíneo incompatível. O material estava destinado a outra paciente. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O g1 entrou em contato com o HUSM, que informou que deve verificar a situação na quinta-feira (17). A reportagem também questionou a instituição se a funcionária segue atuando no local, mas não obteve retorno. De acordo com o laudo de necropsia, a administração do sangue incompatível causou uma tromboembolia pulmonar maciça, identificada como a causa direta da morte. 🔍 O tromboembolismo pulmonar acontece quando um coágulo de sangue bloqueia uma artéria no pulmão, dificultando a passagem do sangue. Isso pode causar dor no peito, falta de ar e outros sintomas. As investigações mostraram que a morte aconteceu por conta de um erro causado por negligência. A enfermeira não teria seguido um protocolo de segurança obrigatório do hospital, que exige que a identidade da paciente seja verificada duas vezes, ao lado do leito, antes de qualquer transfusão. Esse procedimento inclui conferir a pulseira de identificação e perguntar o nome da paciente, etapas que, segundo a polícia, não foram feitas. A polícia entendeu que, mesmo sem intenção de causar a morte, a enfermeira foi responsável pelo que aconteceu porque não seguiu os cuidados exigidos para sua função. Segundo a investigação, o erro poderia ter sido previsto e evitado se os procedimentos corretos tivessem sido adotados. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário. Relembre o caso Polícia investiga morte de paciente após transfusão de sangue em hospital no RS Na época do caso, o delegado Adriano de Rossi comunicou que a filha da vítima relatou que a mãe estava internada para tratar um câncer de mama e, devido à falta de leitos, foi mantida em uma maca no corredor do hospital. Após exames de sangue, a enfermeira teria iniciado a transfusão de duas bolsas de sangue, alegando que o procedimento ajudaria nas defesas do organismo. A paciente ainda teria questionado a necessidade da transfusão, mas o procedimento foi iniciado mesmo após uma tentativa de acesso venoso na mão. O sangue passou a ser infundido pela veia jugular, com a profissional alegando urgência. Cerca de dez minutos depois, a paciente apresentou dificuldades respiratórias e alterações nos batimentos cardíacos, sendo levada à sala de emergência. Inicialmente, a família foi informada de que ela havia tido uma reação ao sangue, mas estava estável. "Posteriormente, um médico revelou que o sangue não era compatível e que havia líquido no pulmão da paciente. O quadro de saúde da vítima se agravou, sendo transferida para a UTI, onde veio a falecer na manhã seguinte", explicou o delegado Rossi. A paciente foi transferida para a UTI, onde faleceu na manhã seguinte. VÍDEOS: Tudo sobre o RS